Na Chácara do Tempo Perdido nada cresce ou se cria. O Astro-Rei parece ter se esquecido daquele pedaço da Terra. Ao invés de raios dourados e luminosos, uma densa neblina, nuvens negras e trevas constantes.As vacas são magras e não dão leite. As galinhas são histéricas e só põe ovos encruados. Os porcos são intelectuais e passam a vida parlamentando. Seu Agenor, o único empregado do lugar.
Uma vez estava eu semeando um pomar. Passou Seu Agenor.Eu lhe disse – Seu Agenor, olha que bonito. Em breve esse pedacinho de terra será um lindo pomar.Seu Agenor – Nu adianta. Nada cresce nessas terras.
Outro dia estava eu com um pintinho e passei pela Chácara do Tempo Perdido. Seu Agenor estava na porteira mascando um fumo de rolo.Eu disse-lhe – Seu Agenor, olha esse pintinho... será um belo despertador dentro de alguns meses.Seu Agenor – Nu adianta. Que sol esse futuro galo irá anunciar?!
Estava noivo e levei minha noiva até minha casa para minha família conhecer. Lá encontrei seu Agenor que foi fazer um favor de concertar o encanamento.Disse a minha família – Amados, essa é minha Noiva Maria Juquinha.Seu Agenor – Nu adianta. O pai dela é ciumento e cabeça dura e jamais vai permitir que ela se case com homem algum.Irritado, eu perguntei ao Seu Agenor – E posso saber que homem, ou fera, é essa.Seu Agenor – Sou eu mesmo.Seu Agenor era empregado de Sorgo, O Cinza. Desde que ele chegou nessas paragens, aqui o sol nunca mais brilhou.Maria Juquinha – Assim é a Vida... segundo Sorgo, O Cinza.
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