sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O DAVID DE MICHELANGELO

E, quando o vi, lembrei-me das palavras do grande mestre Michelangelo, quando contemplou sua escultura terminada e constatou que, para ser perfeito, só faltava-lhe falar “ – Parla, Moisés.”
E, quando o vi, aquele cujo codinome que lhe dei é David, pensei – Parla, David.
E ri de meu entusiasmo colegial, sem pudor e na frente de todos.
E todos riram, sem saber o motivo e cúmplices. E, tal o poema que li em tempos distantes, as cadeiras, o lustre, a lua e as estrelas riram. Os garçons também riram, mas riram por dentro.
Eu pego um copo, com água, da bandeja do garçom. E o garçom... tem um bigode engraçado. Fininho que se afina mais ainda nas pontas.
E, quando todos conversavam, entretidos uns com os outros, eu me vejo aqui, sorrindo. Sorrindo para David.
O David de Michelangelo. E ele sorri de volta. O meu David.

Wanderson Silva de Souza assina esse conto bem como todos os desenhos e textos contidos nesse blog. Este que assina esse postagem é o mesmo que aparece nas fotos, ou quem as tirou. Salvo nos casos em são postadas citações de outrens, quer sejam anónimas ou não.
Esse conto foi concebido no ano de 2008, na rede do atelier de Madureira.
TODOS os Direitos e Deveres estão reservados.

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