domingo, 8 de março de 2009

AXÉ DADA

Chorando se foi quem um dia só me fez chorar
The sound of silence
Mas eu amo circo também
Sanday Morning
As vezes me quebro sim, quando caio em mim
“Frágil” como eco-roqueiro inglês
Quisera não padecer desse anacronismo vidente
Desse tipo que diz - “Eu te disse”...
Que diz - “eu me disse”
“Meu coração disse isso?!”

Dançar na chuva
No me fazer,
No Naufragar na metafísica confusa
poetas arrependidos de toda metafísica
E que Perdem a paciência e viram aventureiros
Ou defuntos
Ou Baudelaire

Perder todo o talento PARA REFLETIR E VIVER AO MESMO TEMPO
Ser os dois ao mesmo tempo,
sem carecer de licença poética concedia pelas inteligências da moda
abro mão de toda esperança de retorno e empatia
do contrario: Arrepender-se de toda metafísica,
como todo Fernando Pessoa em final de carreira,
e veria numa arvore só uma arvore

Perder a paciência e o vigor
Ante a força brutal da realidade
Que teima em ser inverossímil
Não há espaço para trocadilhos infames
Para elucubrações platônicas
Para aquarelas abstratas
Só há espaço para horror
Ódio e crime

Mas...
Não vou ceder ao pragmatismo eqüino
Nem me alistar ao exercito cego da hora
Tampouco relegar minha lucidez aos saraus e raves
Não sou de aprisionar minhas certezas e dúvidas
Ante a opressão de mentes acomodadas



Mentes surdas que preguiçosamente berram antigos bordões libertários
enquanto esperam pronunciamentos
De novos Chaplins, Marxs e Clarices, Sidartas
Inteligências que teimosamente Esperam
que o tempo e o glamour legitimem
O que já o é pelo simples fato de existir
Que vivem de matar e criar gurus
E se escondem em ideologias-gado
Que temem a força implacável de seus próprios erros e acertos
Esses serão sempre um coletivo
Serão sempre seguidores, ainda que sigam contra outros seguidores

O lirismo e a beleza das belas artes
Faz-se mais necessário e vital
nos trens lotados e noites vazias
do que entre as exóticas fumaças e centros culturais
E a galera, fevereiro, alegria, muita festa

E a galera vive enquanto seus intelectos pretensos salvadores
Digladiam-se pela honra de ser o libertário inconformado da vez
Quem pode, pode, quem não pode se sacode
Quando a banda passa, seu Chico
Freud explica
Mas explica pra ele mesmo
A explicação dos gurus não cabe em mim
Meu amor é imensidão

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