quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

MEIO AMBIENTE E BUROCRACIA

Pequenas contradições do dia-a-dia de nossa sociedade humana demasiado humana.

Na possibilidade de retornar à floresta nos próximos dias, resolvi por precaução comprar uma lanterna.
E, como é de meu habito de décadas, sempre que estou com mochila e espaço compatível para guardar a mercadoria (dependendo, é lógico, do tipo do produto) eu costumo dispensar o saco de plástico que as lojas oferecem.
Acontece que quase fui forçado a aceitar o pequeno saco preto que iria conter apenas a também pequena lanterna. Minha enorme mochila estava quase vazia (tinha apenas um livro de bolso.) e eu estava na esquina de minha rua.
O argumento para que aceitasse o saco era de que as câmeras iriam registrar esse fato e segundo alguma norma que desconheço, parece-me que é proibido sair da loja sem o produto ENFIADO num saco.
Quase que criei um caso, mas enfim, falei com determinação, ainda que sem hostilidade: “- Eu não vou levar esse saco”.
E tirei a lanterna do saco e a coloquei dentro de minha mochila.
É bem provável que após eu ter saído da loja tenha feito algum comentário do tipo “-Existe maluco pra tudo” ou coisa assim. Quem age assim, ainda esta na contramão da sociedade. Quem age de acordo com o que o contexto planetário pede exige é tido como esquizoide, pois a sociedade só é ecologicamente correta ainda só conceitualmente. Não assimilamos essa conduta em nossas rotinas, regras, pequenos estatutos, e assim, quando testemunha o ATO em si de ser ecologicamente correto se da uma sensação de estranhamento como quem observou um “ET” ou um homem com uma melancia na cabeça(risos) O ecológico só o vemos de longe, nas TVs, rádios e revistas, como uma celebridade, ou divindade, distante de nós e de nossa vida intima. Precisamos trazer para perto de nós essa consciência de preservação da natureza e nos familiarizarmos com ela.
Nas pequenas burocracias e nas entranhas mais profundas da estrutura, ( na sua essência mesma) não estamos preparados para viver uma vida sem desperdícios a tal ponto que quando um de nós insiste nisso, num ato simples e cotidiano esbarramos em leis e entraves caducos, mas ainda vigentes.
O que pensar das mudanças na macroestrutura da sociedade planetária que se pretende nas grandes reuniões de lideres das nações, quando na microestrutura os manuais ainda rezam condutas totalmente contrarias ao contexto atual. Condutas e Normas são instrumentais para questões pragmáticas do Ser Humano. E quando se tornam paradigmas, as “regras” deixam de serem nossas servas para se transformar em nossas MESTRAS.
Quem cria quem?! O ser humano cria as regras ou as regras criam o Ser Humano???

Assina esse artigo-desabafo: Wanderson Silva de Souza (Leia-se “Uanderson”)



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