Coletivo Caranguejo é uma iniciativa que traz uma volta de algo que a principio nunca esteve totalmente ausente.
A trajetória daqueles que atuam na Arte e nas questões de cunho social e não raro em ambas as esferas (Arte com Responsabilidade Social) lembra em muito um fato que certa vez vi na TV, a respeito dos caranguejos. Eles atravessam um longo percurso, saindo de sua área natural e atravessando o espaço urbano( o habitat natural do “bicho homem”) expondo-se a uma infinidade de perigos(tais como morrerem esmagados por uma roda de carro, serem caçados para irem para uma panela e etc), até chegar a um determinado local que seria outro habitat natural deles. Isso me pareceu interessante o fato de que apesar de muitos(talvez a maioria deles) morrerem no meio do caminho, os que escapam prosseguem resolutos em direção ao objetivo deles.
Essa é uma metáfora bem apropriada para aqueles que lidam com a Arte, com o Social, com a Cultura, com o Conhecimento, com a Educação. E ainda pode-se dizer que todas essas áreas não ficam em fronteiras separadas umas das outras. Esta tudo, como se diz na gíria, “junto e misturado” e por assim dizer lembra outra mistura. A da água, que são os sentimentos, e da terra, que são os aspectos pragmáticos da vida. Água e terra, a lama na qual os caranguejos habitualmente vivem. E os artistas e ativistas sociais, professores e produtores culturais vivem nessa fronteira entre as divagações de sua própria sentimentalidade e a necessidade de sair de um ponto ao outro e para tal que passar por um trecho igualmente repleto de perigos infindáveis, que são os aspectos práticos da vida, a necessidade de se enfronhar em programas de captação de recursos, planilha de custos, dados estáticos e tudo que se refere à terra, ao mundano, ao ordinário(da ordem do dia.)
A água – Expressão dos sentimentos e o interior do artista-pensador.
A terra – O meio pelo qual o artista-pensador expressa seus sentimentos do seu interior para o exterior.
É por isso que o caranguejo e o artista tem uma carapaça-armadura para proteger o seu interior macio e subjetivo.
E nós, caranguejos artista-pensadores, usamos essa carapaça de objetividade no mundo, a terra (o externo)para proteger e dar apoio logístico ao nosso interior macio(e somos macio não por fraqueza, mas por sermos flexíveis)e subjetivo, a água.
Posto isso, é bom não demorar mais em divagações e partimos para a linguagem poética que parece dizer tão mais claramente a que viemos ao mundo, quando toda prosa e objetividade nos falha e parecem já ser insuficientes.
Com vocês O NOSSO “Coletivo Caranguejo”: HTTP://coletivo-caranguejo.blogspot.com/
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