sábado, 19 de maio de 2012

A Síndrome do Estrangeiro V de V


TERÇA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2010
A Síndrome do Estrangeiro V
O Estrangeiro e o Misticismo
Por Málu balona
O misticismo, em geral, contribui para a piora da auto-estima do indivíduo, na medida em que reforça a teoria do messianismo: alguém virá nos salvar, logo alguém assumirá a responsabilidade no nosso lugar.
A partir desse auto-engano, a passividade e o conformismo serão as maiores companhias, o que só vem a reforçar a insegurança e o sentimento de autoculpa.
A ideia de que estamos todos neste planeta para sofrer e pagar as consequências dos nossos atos, constitui mais uma canga no pescoço pregada pelo misticismo, o que se soma às muitas outras coleiras do ego impostas pela sociedade.
Também é fato que há consciências muito mais antigas do que os planetas onde se manifestam atualmente. As estrelas morrem, os planetas têm vida útil limitada. A consciência é imortal, plasmando novos corpos sempre quando e onde faz-se necessária a sua presença para evoluir.
Contudo, no caso da SEST, o interesse pela vida fora da Terra só trará mais distanciamento da realidade humana em que a consciência está manifestada de forma já deficiente.
A constatação de haver pertencido a outras civilizações e raças, não serve, no momento, como consolo e nem diminui o conflito com a sociedade atual, agravando ainda mais a idéia de abandono, de fuga e de estar separada dos seus pares.
A saída artificial das drogas aparece na SEST como a possibilidade milagrosa de solução para o problema, o que, na verdade, contribuirá para aumentar a distorção da realidade vivida pela consciência portadora.
Muitos exemplos indicam o dano irreparável causado por essa válvula de escape, denominada por esse motivo viagem sem volta (bad trip). Na tentativa de sair do corpo a consciência sai do ar e não cai na real como precisa.
 Com predisposição natural à descoincidência dos seus veículos de manifestação desde a infância, a portadora chega à adolescência disposta a continuar cada vez mais fora do corpo, que constitui um entrave para os seus propósitos de evasão.
A busca e a passagem pelas drogas, algumas vezes, pode gerar uma condição descoincidência vígil patológica, caracterizando o adulto semi-projeïado permanente. Dentre as hipóteses de trabalho da Projeciologia, está a proposta de aprofundar o estudo das relações entre a esquizofrenia e as semiprojeções conscienciais semilúcidas.
Em devaneio, passará a maior parte do tempo viajando, mantendo o complexo corporal artificialmente desencaixado, numa clara demonstração de rebeldia consciencial contra a vida humana.
Os pensamentos podem entrar em circuito fechado, instalando-se o monoideísmo. A partir dessa linha final (dead-line), a alienação pode chegar a ser irreversível e vir acompanhada de idéias de suicídio.
O quadro toma-se ainda mais complexo devido à super-dotação e ao parapsiquismo destrambelhado. Os mecanismos de racionalização ajudam a mascarar o risco real de autodestruição. Um dos fatores da desorientação é a interpretação equivocada dos sinais parapsíquicos e bioenergéticos pessoais.
A falta de referenciais parapsíquicos sadios, de discernimento, de senso crítico, de autodefesa e de orientação adequada, faz com que a consciência confunda as instruções recebidas dos próprios assediadores, maus guias extra-físicos cegos, (igualmente enfermas e necessitadas de esclarecimento), com instruções avançadas para a sua evolução dadas pêlos amparadores legítimos.
Um exemplo claro é o portador que se refere ao contato permanente com seres extrafísicos, anjos guardiães, mestres e guias, que lhe indicam o que fazer. O misticismo incentivará esta forma alienante de comunicação, sem qualquer discernimento ou senso crítico.
Paradoxalmente, embora sendo uma deficiência evolutiva, a SEST é ao mesmo tempo fruto de uma problemática consciencial complexa e sofisticada, acima da média dos seres humanos comuns. Um grito de alerta contra o perigo do conformismo evolutivo. É a luta pela preservação da espécie evolutiva consciencial, em detrimento da clonagem humana, apenas - robotização existencial.
Marcadas e sofridas, elas poderão fechar-se definitivamente para a atual existência, numa forma de pré-autismo deliberado. Fechando os seus canais de comunicação com o meio exterior agressivo, tornar-se-ão sistemas fechados, desencadeando a morte comunicativa e o caos afetivo - entropia máxima observada nos casos agudos de psicopatologia.
Com perda acentuada da autocrítica, o que por si só caracteriza a doença mental, os portadores dessa sintomatologia consciencial serão arrolados juntamente com portadores de psicopatologias de origem diversa
Na SEST há. uma espécie de cronograma - fases vivenciadas pelos portadores, que pode levar a dois resultados diferentes: o fracasso ou a autocura.
As consciências portadoras vão da surpresa à estranheza pela vida humana. Passam da frustração e do abatimento à melancolia, da indignação à revolta, em alguns casos.
A fase da busca de solução pode terminar na desistência, nas drogas e no isolamento, como também na saída mais adequada: a reconstrução possível e sistemática da maior coesão consciencial, início do processo para alcançar a maturidade integrada.
A reciclagem existencial é a saída nesse e em muitos outros casos. A renovação total de conduta, mais afim com os princípios pessoais negligenciados, pode constituir, muitas vezes, na verdadeira solução factível e progressiva para a autocura.
Segundo o paradigma consciencial, a reciclagem existencial é a técnica evolutiva que permite a renovação do destino, com aproveitamento sadio do espírito questionador.
Devido à criatividade e inteligência superior à média, a consciência portadora da SEST poderá usar do seu património evolutivo com mais objetividade, fazendo escolhas rápidas, correndo riscos calculados e, através desse expediente estratégico, escapar ao aniquilamento. O amparo extrafísico e as inspirações sadias poderão encaminhar a busca de solução.

Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona, Ed. IIPC, 2000.

Postado por ABC Imaginário às 14:31

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