TERÇA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2010
O Estrangeiro e o Misticismo
Por Málu balona
O misticismo, em geral, contribui para
a piora da auto-estima do indivíduo, na medida em que reforça a teoria do
messianismo: alguém virá nos salvar, logo alguém assumirá a responsabilidade no
nosso lugar.
A partir desse auto-engano, a
passividade e o conformismo serão as maiores companhias, o que só vem a
reforçar a insegurança e o sentimento de autoculpa.
A ideia de que estamos todos neste
planeta para sofrer e pagar as consequências dos nossos atos, constitui mais
uma canga no pescoço pregada pelo misticismo, o que se soma às muitas outras
coleiras do ego impostas pela sociedade.
Também é fato que há consciências muito
mais antigas do que os planetas onde se manifestam atualmente. As estrelas
morrem, os planetas têm vida útil limitada. A consciência é imortal, plasmando
novos corpos sempre quando e onde faz-se necessária a sua presença para
evoluir.
Contudo, no caso da SEST, o interesse
pela vida fora da Terra só trará mais distanciamento da realidade humana em que
a consciência está manifestada de forma já deficiente.
A constatação de haver pertencido a
outras civilizações e raças, não serve, no momento, como consolo e nem diminui
o conflito com a sociedade atual, agravando ainda mais a idéia de abandono, de
fuga e de estar separada dos seus pares.
A saída artificial das drogas aparece
na SEST como a possibilidade milagrosa de solução para o problema, o que, na
verdade, contribuirá para aumentar a distorção da realidade vivida pela
consciência portadora.
Muitos exemplos indicam o dano
irreparável causado por essa válvula de escape, denominada por esse motivo
viagem sem volta (bad trip). Na tentativa de sair do corpo a consciência sai do
ar e não cai na real como precisa.
Com predisposição natural à
descoincidência dos seus veículos de manifestação desde a infância, a portadora
chega à adolescência disposta a continuar cada vez mais fora do corpo, que
constitui um entrave para os seus propósitos de evasão.
A busca e a passagem pelas drogas,
algumas vezes, pode gerar uma condição descoincidência vígil patológica,
caracterizando o adulto semi-projeïado permanente. Dentre as hipóteses de
trabalho da Projeciologia, está a proposta de aprofundar o estudo das relações
entre a esquizofrenia e as semiprojeções conscienciais semilúcidas.
Em devaneio, passará a maior parte do
tempo viajando, mantendo o complexo corporal artificialmente desencaixado, numa
clara demonstração de rebeldia consciencial contra a vida humana.
Os pensamentos podem entrar em circuito
fechado, instalando-se o monoideísmo. A partir dessa linha final (dead-line), a
alienação pode chegar a ser irreversível e vir acompanhada de idéias de
suicídio.
O quadro toma-se ainda mais complexo
devido à super-dotação e ao parapsiquismo destrambelhado. Os mecanismos de
racionalização ajudam a mascarar o risco real de autodestruição. Um dos fatores
da desorientação é a interpretação equivocada dos sinais parapsíquicos e
bioenergéticos pessoais.
A falta de referenciais parapsíquicos
sadios, de discernimento, de senso crítico, de autodefesa e de orientação
adequada, faz com que a consciência confunda as instruções recebidas dos
próprios assediadores, maus guias extra-físicos cegos, (igualmente enfermas e
necessitadas de esclarecimento), com instruções avançadas para a sua evolução
dadas pêlos amparadores legítimos.
Um exemplo claro é o portador que se
refere ao contato permanente com seres extrafísicos, anjos guardiães, mestres e
guias, que lhe indicam o que fazer. O misticismo incentivará esta forma
alienante de comunicação, sem qualquer discernimento ou senso crítico.
Paradoxalmente, embora sendo uma
deficiência evolutiva, a SEST é ao mesmo tempo fruto de uma problemática
consciencial complexa e sofisticada, acima da média dos seres humanos comuns.
Um grito de alerta contra o perigo do conformismo evolutivo. É a luta pela
preservação da espécie evolutiva consciencial, em detrimento da clonagem
humana, apenas - robotização existencial.
Marcadas e sofridas, elas poderão
fechar-se definitivamente para a atual existência, numa forma de pré-autismo
deliberado. Fechando os seus canais de comunicação com o meio exterior
agressivo, tornar-se-ão sistemas fechados, desencadeando a morte comunicativa e
o caos afetivo - entropia máxima observada nos casos agudos de psicopatologia.
Com perda acentuada da autocrítica, o
que por si só caracteriza a doença mental, os portadores dessa sintomatologia
consciencial serão arrolados juntamente com portadores de psicopatologias de
origem diversa
Na SEST há. uma espécie de cronograma -
fases vivenciadas pelos portadores, que pode levar a dois resultados
diferentes: o fracasso ou a autocura.
As consciências portadoras vão da
surpresa à estranheza pela vida humana. Passam da frustração e do abatimento à
melancolia, da indignação à revolta, em alguns casos.
A fase da busca de solução pode
terminar na desistência, nas drogas e no isolamento, como também na saída mais
adequada: a reconstrução possível e sistemática da maior coesão consciencial,
início do processo para alcançar a maturidade integrada.
A reciclagem existencial é a saída
nesse e em muitos outros casos. A renovação total de conduta, mais afim com os
princípios pessoais negligenciados, pode constituir, muitas vezes, na
verdadeira solução factível e progressiva para a autocura.
Segundo o paradigma consciencial, a
reciclagem existencial é a técnica evolutiva que permite a renovação do
destino, com aproveitamento sadio do espírito questionador.
Devido à criatividade e inteligência
superior à média, a consciência portadora da SEST poderá usar do seu património
evolutivo com mais objetividade, fazendo escolhas rápidas, correndo riscos
calculados e, através desse expediente estratégico, escapar ao aniquilamento. O
amparo extrafísico e as inspirações sadias poderão encaminhar a busca de
solução.
Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona,
Ed. IIPC, 2000.
Postado por ABC Imaginário às 14:31
Postado por ABC Imaginário às 14:31
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