sábado, 19 de maio de 2012

A Síndrome do Estrangeiro IV de V


SEGUNDA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2010
A Síndrome do Estrangeiro IV
O Estrangeiro na Sociedade
Por Málu balona
A sensibilidade exacerbada será confundida com fraqueza. Por outro lado, a força manifestada em outras circunstâncias e a capacidade de recuperação de quadros orgânicos graves, demonstram saúde inexplicável.
A ignorância dos sinais bioenergéticos e parapsíquicos pessoais fará com que o portador mergulhe num caótico mundo de sensações e percepções, próprios e alheios, que não saberá organizar ou entender.
 A sociedade patológica é composta de mecanismos criados para permitir a conservação de mediocridade, através da estampagem ou modelagem (imprinting) de indivíduos nivelados por baixo. Na SEST ocorre o contrário quase absoluto do imprinting. A consciência, manifestada outra vez em estado intrafísico, não aceita a sua condição, estabelecendo-se o comportamento do estranho no ninho, às vezes somado à conduta do rebelde sem causa.
A portadora está tentando fazer um desajeitado imprinting, aparentemente impossível naquelas circunstâncias: implantar e viver a realidade extrafísica dentro da intrafisicalidade.
Contudo, toda consciência precisa se integrar ao grupo para evoluir. Seguindo um dos princípios básicos da evolução: toda consciência evolui pelo esforço individual, porém agiliza a evolução pessoal em grupo. Quanto mais madura a consciência, maior a sua participação.
O grande desafio da consciência madura é conseguir viver como se fosse igual a todo mundo, sabendo que é diferente de todo mundo. A intrafisicalidade constitui a grande oportunidade evolutiva de superação da pressão patológica.
Assim como as plantas tendem a mover-se no movimento trópico, próprio da espécie, em busca de luz e de calor, suas fontes maiores de energia, também a consciência busca o estímulo da afetividade, da calidez e do aconchego, para escapar ao afunilamento intrafísico em busca de suas fontes básicas de energia.
Essa é a condição indispensável para a auto-organização individual, para o amadurecimento consciência! e para a conseqüente execução da programação existencial.
A tentativa de participação e de aceitação, através da grupalidade sadia, é o que podemos chamar de tropismo consciencial.
Na SEST essa condição é ainda mais necessária, já que, a consciência esteia as convicções pessoais nos elementos da sua programação espiritual. A vontade de aliviar o infortúnio pessoal e a injustiça de que se sente vítima são uma das suas principais motivações para sair em busca de companhia.
É com esse propósito que no final da adolescência vai buscar, talvez de forma tardia e deslocada, o seu grupo de referência.
Entretanto, essa busca não se limita a adolescência, como mostra o portador de SEST chamado “Buscador-Borboleta” - ele, ou ela, pode ser encontrado nas seitas exóticas da moda, nas disciplinas alternativas, no esoterismo ou no misticismo em geral.
Algumas vezes, fazendo escolhas radicais de integração, outras vivendo surtos de regressão infantil ao romantismo místico de fadas e duendes, num claro revivalismo do próprio passado medieval, a consciência exilada procura amenizar o sentimento de expatriamento ou desterro através dessa fuga estratégica da sociedade física que a maltrata.
Muitas seitas esotéricas, sejam elas hard ou light, empregam na sua estrutura técnicas para a lavagem cerebral. Algumas delas incluem a mudança completa da identidade pessoal.
Com a possibilidade de mudar de nome (lavagem de ego), adotando uma nova identidade, as portadoras da SEST vêem, nessa falsa promessa, uma possibilidade de livrar-se das inquietações trazidas pela identidade indesejável. Naquele momento, essa parece a solução prática para o conflito.
Há nos movimentos esotéricos, na chamada new age, grupos que anunciam a queima de arquivos pessoais negativos - carma - em uma única vida - esta mesma. E como furar o céu sem esforço. No desespero, vale tudo.
Dentro desse perfil de fragilidade, basta aproveitar a condição de desconforto em que se encontra o indivíduo.
Com a proposta de uma nova vida, a adoção de um nome iniciático, as seitas místicas têm à sua disposição na sociedade, um grande contingente de indivíduos carentes e desorientados. Com ele formam um mercado de trabalho escravo, onde, muitas vezes, se inclui a total anulação da vontade pessoal — livre-arbítrio.
Geralmente são chefiados por um indivíduo sensitivo e com experiência parapsíquica. Essa situação favorece o aliciamento de personalidades predispostas, transformando em adepto incluso, aquele que ainda há pouco era o inadaptado excluído.
Com esse procedimento que constitui um atentado à liberdade consciencial evolutiva, ninguém ganha e todos perdem tempo e oportunidades, entrando nas intermináveis auto-repetições das experiências místicas vividas nas multimilenares existências.
Um exemplo claro dessa realidade é o jovem, ou a jovem, que ao aproximar-se de determinada linha mística de conhecimento, sente uma grande familiaridade com as informações, confundindo suas percepções e vindo a repetir as vivências já superadas, nas mesmas escolas de conhecimento que, muitas vezes, nos milénios passados até ajudaram afundar.
Alguns experimentarão o sentimento que corresponderá a uma caricatura do compromisso com o seu destino. Trata-se da “síndrome de missão”, tão comum às pessoas que receberam uma tarefa a cumprir nesta vida específica:
"Sempre tive a impressão de que eu tenho uma tarefa especial a executar nesta vida. E na seita x me disseram que é justamente lá que eu tenho que estar, para poder realizar o meu compromisso com a humanidade".
Ou "Sabe o que me disseram? Eu sou médium... Agora estão me chamando no centro x para desenvolver. Eu preciso cumprir a minha missão terrestre".
Sem ter mais nada a perder, o portador, ou portadora da SEST, deixa-se confundir com o passado evolutivo recente, voltando ao contato com as mesmas linhas de pensamento nas quais já foi atuante. Na maioria dos casos, esse retorno constitui uma desnecessidade evolutiva.
A troca da tarefa do esclarecimento, pela tarefa da consolação, impedirá as portadoras da SEST, de fazerem o auto-enfrentamento tão necessário, reforçando aja acentuada imaturidade emocional.
Os sentimentos, mesmo nobres como a compaixão, quando mal aplicados podem inviabilizar a assistência real à consciência necessitada de realismo nas informações sobre a jornada evolutiva. Boa vontade e boa intenção não bastam. É preciso discernimento.
A SEST constitui também um capricho, espécie de pirraça infantil da consciência, mimada pêlos próprios dotes pessoais, porém, ainda egocêntrica quanto ao processo evolutivo.

Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona, Ed. IIPC, 2000.

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Postado por ABC Imaginário às 11:26

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