sábado, 19 de maio de 2012

A Síndrome do Estrangeiro II de V


QUARTA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2010
A Síndrome do Estrangeiro II
Crianças e Adolescentes Estrangeiros
Por Málu balona
As consciências com a SEST são dotadas de inteligência acima da média, o que nessas circunstâncias não lhes será de grande valia, só aumentando-lhes a agudez das percepções, sem contudo, facultar-lhes conhecer os meios para preservarem-se das situações cotidianas.
Na abordagem conscienciológica que admite a multi-existencialidade consciencial, a consciência com baixa auto-estima, sem dar valor ao que já aprendeu, sente-se pior do que o menos ditoso. De que adianta possuir tantos talentos, saber tanto, se isso não lhe serve para diminuir o estado íntimo de isolamento? A falta de auto-conhecimento faz com que não possa tirar partido do que já sabe.
Desprovida de alguns dos preconceitos sociais, próprios da natureza humana, não esconde a repulsa diante do sectarismo, racismo e outras expressões primárias de comportamento social, o que será outra fonte de dificuldades.
Como ocorre com certas personalidades intelectualmente bem dotadas, parece muito mais madura do que é (mecanismo de defesa: racionalização): E ninguém percebe. Incapaz de autocrítica, apresenta uma visão distorcida da própria realidade consciencial.
Não chega a ser uma criança prodígio, mas apresenta interesses e habilidades diversas - multidotação, o que se explica pela memória hábil de múltiplas vidas passadas.  A criatividade consiste na combinação original de dados, surgindo como resultado a idéia nova, a invenção, o impensado. Outro contraste com o grupo será a engenhosidade utilizada para a solução de problemas.
A superioridade intelectual será, em parte, responsável pela incompatibilidade com crianças da mesma idade. Nesse aspecto, suas preferências recairão sobre a companhia de pessoas adultas ou mais velhas.
Geralmente o portador ou portadora da SEST apresentam processos de interação extrafísica que podem ser: a projeção lúcida, a clarividência, a clariaudiência (ouvir vozes extrafísicas), a percepção das energias são familiares.
Sendo mais sensível que a media dos membros da família, será sempre a primeira a- "pagar o pato" nos casos de assédio doméstico (uma espécie pára-raio extrgfísico inconsciente).
Na SEST não há ambiente sadio, clima de confiança para dividir as experiências subjetivas e os complexos sentimentos do seu portador ou portadora. Não é nada-agradável ser diferente sem querer.  Em alguns casos ocorre uma situação paradoxal: superinteligência versus mau rendimento escolar. Amantes da leitura como busca de isolamento e fuga da realidade desinteressante, nem sempre se tornam bons estudantes. Na SEST, o que ocorrerá na escola será o déjà-vu cultural. O desinteresse pelas diversas disciplinas será notório, com grande facilidade para aprendizagem, mesmo sem dedicação ou estudo. A vida escolar será marcada pêlos eventos afetivos dolorosos.
Com dificuldades em relação à mesmice e às rotinas típicas da escola, o portador(a) da SEST preferirá a.autodidaxia, transformando-se no seu próprio professor. Essa atitude indica o mecanismo de compensação utilizado para superar a falta de acompanhamento do currículo convencional. Essa estratégia será também a desculpa para a fuga e. o isolamento cada vez mais necessário.
As tendências artísticas aparecem, desde muito cedo, relacionadas ao perfil da SEST. Devido ao desinteresse cada vez maior gerado pela vida escolar (que ainda se arrastará por muitos anos), pode ocorrer uma súbita inclinação para as disciplinas artísticas - literatura em geral, pintura e música.
Na SEST, a consciência adolescente passa para a adultez semfaire lê pont, fazendo a passagem direta para a vida adulta, sem provar a convivência grupal sadia. Essa condição indica o egocentrismo infantil levado à vida adulta, criando uma entidade excessivamente individualista.
Acostuma-se a estar sozinha, a maior parte do tempo, piorando a qualidade das suas decisões. Sob pressão interna e externa, é alvo da admiração negativa (admiração distorcida, patológica ou inveja) por parte de colegas e professores. O estudante que pergunta muito, pesquisa por sua conta, e às vezes é mais brilhante que o seu professor, pode ser tido como insolente, ameaçando a disciplina, apresentando-se como um desafio para os professores.
Quanto aos colegas, um companheiro que não se mata em cima dos livros, e faz melhores provas do que quem estudou, só pode ser alvo de frustração e de inveja.
Devido a esse quadro de intolerância, o(a) portador vive em conflito: pacifísmo ou agressividade? Se nada faz é boboca, se reage é indisciplinada. Se finge que não sabe, se dá mal, se mostra o que sabe, sofre represálias. Como agir?
O autoritarismo, a repressão, a falta de referenciais afetivos sadios fazem com que a curva da adolescência seja determinante para todas as pessoas e traga conseqüências ainda mais complexas no caso da SEST.
No caso da SEST essa condição de adolescente torna-se delicada, na medida em que a estratégia tende a encobrir a tendência à camuflagem da verdadeira identidade. Essa espécie de disfarce de si mesmo pretende ocultar a natureza de suas inquietações, não podendo ser avaliada como experimentação de papéis.
É o que chamamos de criação da personalidade-doublé, personalidade-estepe, pseudo-eu ou o falso ego imposto e suposto. Onde os portadores da SEST passando a usar a maturidade psicológica de que são dotadas com inteligência, fingem aceitar as regras do jogo, numa perfeita cortina de fumaça para ocultar a sua verdadeira personalidade. Manipulando para não serem manipuladas, sua performance parecerá mais ajustada, mais dentro da média.
Passando a usar essa personalidade-doublé, sem compromisso com os seus valores reais, essa personalidade-estepe deverá tornar-se a sua segunda pele, protegendo-a da própria fragilidade emocional. A frase de uma portadora da SEST resume bem o conflito: "Se eles descobrirem que eu sou eu, estou perdida. "

Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona, Ed. IIPC, 2000.

Postado por ABC Imaginário às 04:44

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