QUARTA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2010
Crianças e Adolescentes Estrangeiros
Por Málu balona
As consciências com a SEST são dotadas
de inteligência acima da média, o que nessas circunstâncias não lhes será de
grande valia, só aumentando-lhes a agudez das percepções, sem contudo,
facultar-lhes conhecer os meios para preservarem-se das situações cotidianas.
Na abordagem conscienciológica que
admite a multi-existencialidade consciencial, a consciência com baixa
auto-estima, sem dar valor ao que já aprendeu, sente-se pior do que o menos
ditoso. De que adianta possuir tantos talentos, saber tanto, se isso não lhe
serve para diminuir o estado íntimo de isolamento? A falta de auto-conhecimento
faz com que não possa tirar partido do que já sabe.
Desprovida de alguns dos preconceitos
sociais, próprios da natureza humana, não esconde a repulsa diante do
sectarismo, racismo e outras expressões primárias de comportamento social, o
que será outra fonte de dificuldades.
Como ocorre com certas personalidades
intelectualmente bem dotadas, parece muito mais madura do que é (mecanismo de
defesa: racionalização): E ninguém percebe. Incapaz de autocrítica, apresenta
uma visão distorcida da própria realidade consciencial.
Não chega a ser uma criança prodígio,
mas apresenta interesses e habilidades diversas - multidotação, o que se
explica pela memória hábil de múltiplas vidas passadas. A criatividade
consiste na combinação original de dados, surgindo como resultado a idéia nova,
a invenção, o impensado. Outro contraste com o grupo será a engenhosidade
utilizada para a solução de problemas.
A superioridade intelectual será, em
parte, responsável pela incompatibilidade com crianças da mesma idade. Nesse
aspecto, suas preferências recairão sobre a companhia de pessoas adultas ou
mais velhas.
Geralmente o portador ou portadora da
SEST apresentam processos de interação extrafísica que podem ser: a projeção
lúcida, a clarividência, a clariaudiência (ouvir vozes extrafísicas), a
percepção das energias são familiares.
Sendo mais sensível que a media dos
membros da família, será sempre a primeira a- "pagar o pato" nos
casos de assédio doméstico (uma espécie pára-raio extrgfísico inconsciente).
Na SEST não há ambiente sadio, clima de
confiança para dividir as experiências subjetivas e os complexos sentimentos do
seu portador ou portadora. Não é nada-agradável ser diferente sem querer.
Em alguns casos ocorre uma situação paradoxal: superinteligência versus mau
rendimento escolar. Amantes da leitura como busca de isolamento e fuga da
realidade desinteressante, nem sempre se tornam bons estudantes. Na SEST, o que
ocorrerá na escola será o déjà-vu cultural. O desinteresse pelas diversas disciplinas
será notório, com grande facilidade para aprendizagem, mesmo sem dedicação ou
estudo. A vida escolar será marcada pêlos eventos afetivos dolorosos.
Com dificuldades em relação à mesmice e
às rotinas típicas da escola, o portador(a) da SEST preferirá a.autodidaxia,
transformando-se no seu próprio professor. Essa atitude indica o mecanismo de
compensação utilizado para superar a falta de acompanhamento do currículo
convencional. Essa estratégia será também a desculpa para a fuga e. o
isolamento cada vez mais necessário.
As tendências artísticas aparecem,
desde muito cedo, relacionadas ao perfil da SEST. Devido ao desinteresse cada
vez maior gerado pela vida escolar (que ainda se arrastará por muitos anos),
pode ocorrer uma súbita inclinação para as disciplinas artísticas - literatura
em geral, pintura e música.
Na SEST, a consciência adolescente
passa para a adultez semfaire lê pont, fazendo a passagem direta para a
vida adulta, sem provar a convivência grupal sadia. Essa condição indica o
egocentrismo infantil levado à vida adulta, criando uma entidade excessivamente
individualista.
Acostuma-se a estar sozinha, a maior
parte do tempo, piorando a qualidade das suas decisões. Sob pressão interna e
externa, é alvo da admiração negativa (admiração distorcida, patológica ou
inveja) por parte de colegas e professores. O estudante que pergunta muito,
pesquisa por sua conta, e às vezes é mais brilhante que o seu professor, pode
ser tido como insolente, ameaçando a disciplina, apresentando-se como um
desafio para os professores.
Quanto aos colegas, um companheiro que não se mata em cima dos livros, e
faz melhores provas do que quem estudou, só pode ser alvo de frustração e de
inveja.
Devido a esse quadro de intolerância,
o(a) portador vive em conflito: pacifísmo ou agressividade? Se nada faz é
boboca, se reage é indisciplinada. Se finge que não sabe, se dá mal, se mostra
o que sabe, sofre represálias. Como agir?
O autoritarismo, a repressão, a falta
de referenciais afetivos sadios fazem com que a curva da adolescência seja
determinante para todas as pessoas e traga conseqüências ainda mais complexas
no caso da SEST.
No caso da SEST essa condição de
adolescente torna-se delicada, na medida em que a estratégia tende a encobrir a
tendência à camuflagem da verdadeira identidade. Essa espécie de disfarce de si
mesmo pretende ocultar a natureza de suas inquietações, não podendo ser
avaliada como experimentação de papéis.
É o que chamamos de criação da
personalidade-doublé, personalidade-estepe, pseudo-eu ou o falso ego imposto e
suposto. Onde os portadores da SEST passando a usar a maturidade psicológica de
que são dotadas com inteligência, fingem aceitar as regras do jogo, numa
perfeita cortina de fumaça para ocultar a sua verdadeira personalidade.
Manipulando para não serem manipuladas, sua performance parecerá mais ajustada,
mais dentro da média.
Passando a usar essa personalidade-doublé,
sem compromisso com os seus valores reais, essa personalidade-estepe deverá
tornar-se a sua segunda pele, protegendo-a da própria fragilidade emocional. A
frase de uma portadora da SEST resume bem o conflito: "Se eles descobrirem
que eu sou eu, estou perdida. "
Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona,
Ed. IIPC, 2000.
Postado por ABC Imaginário às 04:44
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