QUINTA-FEIRA, 23 DE SETEMBRO DE 2010
Características Principais de um
Estrangeiro
Por Málu balona
São exemplos de manifestação de
personalidade presentes com maior intensidade no portador da SEST:
2 - Deslocamento - O mal rendimento
escolar pode indicar o deslocamento dos conflitos vividos com a família.
3 - Fantasia - É a nostalgia, tipo de avestruzismo evolutivo.
4 - Identificação - Há dificuldades com a identificação convencional.
5 - Introjeção - Absorver o
comportamento negativo. Imitar amigos que todos desprezam. É a máxima: "Já
que ninguém precisa de mim, eu também não preciso de ninguém.j
6 - Projeção - Apresentar
justificativas. A culpa é sempre do outro. (A culpa é de todos, ao invés de
responsabilidade própria).
7 - Regressão - Voltar a um comportamento já superado, sob pressão.
8 - Repressão ou Recalque - Recalcar os
pensamentos e sentimentos inaceitáveis ou potencialmente perigosos. Fonte de
autoculpa, calcada na insatisfação pessoal, a repressão é geradora de ansiedade
e angústia.
Dentro dessa constelação de defesas,
aparecem sentimentos hiperdimensionados de vitimização. Se, por exemplo, ocorre
um tufão na cidade, o excesso de ego, a egomania, faz com que o indivíduo pense
que a culpa seja, em parte, sua. Essa internalização, adequada nas crianças
muito pequenas, apresenta-se aqui deslocada, como ectopia do comportamento
consciencial. (A frase seguinte resume o sentimento do portador ou portadora da
SEST, nessa etapa: "Na vida me sinto igual a um cachorro que caiu do
caminhão no dia da mudança da família").
A espera de receber uma espécie de
senha, que um dia alguém, em algum lugar, lhe dará, a consciência alimenta a
esperança de encontrar e reconhecer o seu grupo, os seus pares, os seus iguais.
Está convicta de que há um tipo de comunicação consciencial específica, que só
poderá ser captada pêlos que sofrem do mesmo mal.
O microuniverso consciencial excede em
complexidade, todos os elementos até hoje conhecidos e pesquisados pela ciência
convencional. Em busca de maior autoconsciência emocional para alcançar a
maturidade relativa, toda consciência deseja ser amada, respeitada e evoluir.
Apesar de fazer seu aparecimento no
tecido social de diversos segmentos, o fenômeno da SEST faz com que o portador
ou portadora não passem despercebidos e sejam logo identificados nos
respectivos grupos de inserção, devido à evidência de caracteres distintos dos
demais membros.
Ao modo do líquido revelador empregado
pelo fotógrafo que, quando utilizado sobre o papel em branco, faz surgir a
imagem, também o grupo servirá de elemento contrastante para os portadores da
SEST.
Os epítetos já citados, estranho no
ninho, ovelha negra, adotado, bebe de proveta, achado no lixo, ovo de
chocadeira, patinho feio, diferente de nós, de outro planeta, turista, ET e
marciano, entre outros, evidenciam o processo de decantação da diferença,
responsável pelo posterior rechaço e até pela exclusão do membro estranho.
A divergência, em certas manifestações
da sociedade, é parte daquilo que na abordagem conscienciológica constitui o
choque entre a verdade relativa de ponta e o contrafluxo das verdades
estabelecidas - colisão de paradigmas.
O estigma da diferença incompreendida -
preconceito - é parte do conflito da SEST. Numa retrospectiva, podemos concluir
que até o momento foram encontrados os seguintes parâmetros para a sua
caracterização:
l - Sentimentos.
O portador, ou portadora, vive com sentimento permanente de inadaptação
pessoal e rejeição por parte do grupo. A inaceitação é mútua. O corpo é um
fardo que faz com que o(a) portador se sinta uma hóspede indesejável de si
mesma.
Os sentimentos fortes e persistentes de já ter vivido antes, de
melancolia, de tristeza e de saudades de pessoas, de situações e de lugares
desconhecidos são parte do núcleo emocional na SEST.
Para escapar ao destino incerto, a portadora pode até utilizar-se, em
alguns casos, de um disfarce de rebeldia, passando de superdotada a
superindisciplinada, a contestadora e a líder.
Não conseguindo fazer-se entender, sem referenciais afetivos sadios,
algumas mudam radicalmente a sua manifestação social, nesta fase, numa
tentativa de escapar ao perigoso futuro que as aguarda: tornam-se expansivas,
comunicativas e extrovertidas ao exagero.
2 - Parapsiquismo.
O potencial parapsíquico evidente - clarividência, projeção consciente,
acesso espontâneo à memória integral - holomemória; percepção das energias e fenómenos
de efeitos físicos - é vivenciado com desconforto, sendo objeto de reações
desagradáveis no grupo.
Sem defesas contra as intrusões das energias externas, a consciência não
compreende o motivo pelo qual o seu registro da realidade é tão diferente dos
demais.
A percepção e a comunicação com a multidimensionalidade não chegam a
representar um alívio real desse quadro.
3 - Paradoxo:
Maturidade Psicológica/Intelectual versus Imaturidade Emocional/Afetiva.
O bom desempenho intelectual e a facilidade para a crítica fazem com que o
portador, ou portadora, pareça bem mais maduro do que é.
Contudo, a carência afetiva e a baixa auto-estima impedem a autocrítica
necessária ao amadurecimento sadio da personalidade.
Apresentando um quadro emocional instável, oscila entre a alegria e o
pranto; o pacifismo e a agressividade; faz a defesa veemente dos pontos de
vista pessoais, questionando tudo e todos ao redor, mantendo-se cega, contudo,
para o próprio universo íntimo.
4 - Escolaridade, Superdotação e TDA.
Os desempenhos acima da média em áreas específicas - superdotação, ou
múltiplas - multidotação, contrastam com alguns quadros :de transtorno do
déficit de atenção/hiperatividade, fazendo com que os resultados pessoais sejam
abaixo das expectativas.
Os estudiosos de crianças superdotadas, já identificaram o contraste
entre a capacidade intelectual excessiva e a imaturidade afetivo-social. A
facilidade para apreender não é sinônimo de aptidão emocional para enfrentar as
situações da vida de forma pragmática.
Com a convicção de saber mais do que consegue expressar, além da dotação
intelectual, algumas vezes apresentam casos compostos de tridotação consciencial:
intelectualidade, parapsiquismo e comunicabilidade.
Apesar das múltiplas aptidões, o déjà-vu cultural levará a um quadro de
desmotivação quanto à vida escolar. A autodidaxia será a forma preferida de
estudo isolado, indicando a rebeldia ao currículo convencional. A inteligência
de alto nível não será aplicada de forma positiva, devido à imaturidade
emocional.
O mal rendimento escolar aparece como resultado para essas consciências
rebeldes, hipersensíveis ao fracasso. As batalhas emocionais internas impedem a
concentração nas tarefas e sabotam a real produtividade.
Amantes da leitura, às vezes não se tornam bons estudantes devido ao
conflito emocional de que são portadores. O medo de errar faz o contraste com o
perfeccionismo, que pode ser apresentado como tentativa de controle do mundo
interno e externo.
5 - Tendências Artísticas.
Na busca de entendimento do próprio microuniverso consciencial, em
alguns casos, o portador e portadora da SEST serão atraídos para determinadas
áreas da sociedade que permitam maior liberdade de expressão. Desse modo,
esperam poder aplicar a criatividade de que são dotados.
As pesquisas indicam que, dentre os hobbies e as profissões mais
procuradas, aparecem aquelas relacionadas com as artes em geral: atores,
pintores, músicos; no campo da intelectualidade: escritores, críticos de cinema
e de literatura, poetas; na comunicação: jornalismo, publicidade, humorismo.
São as preferidas.
6 - Cosmoética.
A prática de princípios pessoais éticos mais maduros, que a média do grupo,
é um dos fatores de conflito social para quem vive a SEST.
A renúncia a esse código pessoal de ética constitui um dos pontos-chave
para o suicídio psicológico em que muitas vezes, culmina o processo. Contudo, o
nível de maior consciencialidade não contribui para o entendimento da situação
pessoal, tendo no choque de valores intrafísicos e extrafísicos e na desafeição
gerada em contrapartida, o seu ponto crítico.
O despreconceito social relativo na escolha de companhias e de grupos
constitui outra fonte de problemas. Essa atitude será confundida com falta de
critérios e valores morais.
A ambiguidade e o universalismo, que tenta pôr em prática, serão
recebidos como sinal de uma personalidade volúvel e instável.
Apesar do isolamento involuntário em que se encontra, não é partidária
do sectarismo social. Será rechaçada pela própria família nuclear,
principalmente quando, reativa ao preconceito, não toma partido nem aprova a
exclusão de outros membros por diversos motivos.
7 - Auto-suficiência.
A independência social excessiva, fruto da auto-sufíciência negativa,
ampliará a tendência à solidão e ao isolamento, o que impedirá o
desenvolvimento da maturidade, inibindo a aplicação prática do nível de
cosmoética que já possui.
A dificuldade de atuar em equipe ou formar grupos será uma das sequelas
da queima de etapas sociais na adolescência: deseducação para a grupalidade
8 - Saúde.
Vítima de intoxicações energéticas e assimilações simpáticas constantes
(esponja de energias, tóxicas), sofrerá falsos alarmes, dores-fantasma,
preocupando a família nuclear e o entorno social. A repetição do quadro levará
ao estigma de ser sensível, impressionável e hipocondríaca - que finge estar
doente.
Retirado e adaptado do livro: Síndrome do Estrangeiro de Málu Balona,
Ed. IIPC, 2000.
Postado por ABC Imaginário às 15:25
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