Temos a idéia de que agora temos acesso a voz e a vez de expressão, com nossos "sou contra", "sou a favor" e "nem contra , nem a favor, muito pelo contrario", em relação a todos os temas. Parece que temos agora um meio mais eficaz de acessar um numero maior de versões sobre um acontecimento. Parece? Só parece não. Eu mesmo vejo a Grande Rede como essa possibilidade do retorno do Espaço Publico, ainda que nos pareça que ela apenas reproduz o que já foi legitimado nas mídias mais tradicionais, ainda que as grandes instituições instalem suas versões digitais aqui também... com todos esses porém, sou otimista e quero crer que tenho motivos para tal. A Grande Rede, por mais que metade, ou mais, da população não tenahm acesso à ela, ainda assim, seus efeitos de comunicação chegam até essas pessoas.
A informação ganhou contornos mais flexíveis e multiplos ainda que em prejuízo do conteúdo critico. Diz-se muito da enxurrada de bobagens e inutilidades da Grande Rede, mas eu vejo, também, em paralelo a isso, e como compensação positiva, a substituição do monólogo(ou, quando muito, do dialogo) para uma assembleia ou uma “feira livre”. E qualquer feira livre ainda me soa melhor do que alguém falando sozinho(ou só um pequeno e seleto grupo dialogando) e todos os outros só ouvindo. A feira livre não pode ser confundida com o ideal do que queremos como Espaço Público e sim como um degrau em sua direção.
Ou talvez possamos ver a a Feira Livre como o Espaço Público mesmo, já que ela é um construir constante e qualquer coisa já dada e concluída exclui a necessidade do debate. Por essa natureza intrisecamente de vir-a ser é que faz da Feira Livre o Espaço Publico que almejamos. A democracia se fundamenta no inacabado e no próprio fato de não alcançar o seu fundamento, no fato de sempre busca-lo, e sempre questiona-lo nas varias vezes em que se depara com algumas dessas possíveis conclusões.
Autor: Wanderson Silva de Souza.
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