segunda-feira, 22 de março de 2010

Músicas e Ruídos

Citando o músico e compositor João Donato:

“Tem que estar receptivo para ouvir a sonoridade. O barulho do ônibus pode ter alguma música no meio. Os pingos d’água quando caem da torneira viram música. Tenho uma cadeira eletrônica que faz massagem com programações para as diversas partes do corpo. O motor tem várias sonoridades. Eu anoto: ‘Pingo d’água, dia tal, hora tal. Cadeira, dia tal, hora tal.’ E copio exatamente o som que estão fazendo para mim. Depois tiro as arestas e faço ficar redondinho. Agradeço a Deus por ouvir música onde outros ouvem ruído.”

(João Donato – Agosto de 2009 – Revista “O Globo”)


RUÍDOS NO PORÃO
Ruídos podem também ser sinal de fome, se eles vierem do estomago
Podem ser sinal de amor se eles vierem do coração.
Podem ser sinal de canção brasileira, se eles vierem do bandolim.
Podem ser sinal de vocês mesmo se eles vierem da reflexão crítica.
Podem ser sinal de silêncio se eles vierem do Silêncio
e nos levar ao Silêncio de uma alma que grita em desacordo com a paz conformista.
Podem ser sinal de gente que pensa
pensa e faz
e pensa e faz e silencia
e faz tão ruidosamente que nos parece loucura
mas loucura mesmo é o silêncio que nada diz
loucura é o ruído que nos distrai das coisas que realmente importa
ruidosinho bom é aquele que imagina-nos numa loucura chamada Vida

Poesia "RUÍDOS NO PORÃO" de Wanderson Silva de Souza.

"O som pode ser um só. A diferença entre ruído ou música esta na alma de quem ouve"
(Frase de Wanderson Silva de Souza em 22 de Março de 2010, bairro de Madureira - R.J.)

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