segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Silêncio e suas Motivações Antidemocráticas e Imediatistas.

É preciso não se furtar ao dialogo e evitar a saída fácil do silêncio. O silêncio pode ser simplista, reducionista e nos conduzir ao caminho das perigosas generalizações. 

Ele pode ter uns ares de "avatar egípcio" e "dono da verdade, e tantas vezes ele revela covardia e indisposição para a democracia. Afinal, porque eu, por exemplo, vou silenciar ao invés de ponderar?! Será porque acho o meu interlocutor indigno de minhas palavras? Acho-me superior a ele?! Nada tenho aprender, ensinar e a trocar com ele?! 

O que é o silêncio numa sociedade em que as imagens e os textos extremamente curtos estão sendo hipervalorizados? Fazer essa apologia ao silêncio parece conveniente numa sociedade e num tempo em que se empobreceu tanto a língua falada e escrita. 
Num tempo em que o imediatismo é a lei, o silêncio parece mais preferível do que se perder tempo falando, ouvindo e conversando. Nãooo, silêncio é melhor. Dou o meu silêncio e assim rapidamente posso voltar para a frente da tela compartilhar mais posts sobre o silêncio. 
Se eu fizer uso das palavras não terei tempo para assistir futebol, novelas e realyt shows. Melhor optar pelo silêncio e deixar falar a grande mídia no meu lugar. 

Num tempo em que todos, ou quase todos tem lugar no Espaço Publico, na Agora, na Arena, a única forma de calar as vozes discordantes é glamourizar um silêncio, pura e simplesmente, sem critério e sem inteligência. Um silêncio que preenche e disfarça a falta de conteúdo e de domínio do idioma nativo. O silêncio é sábio, dizem muitos, como que papagaios teleguiados. 
Eu, Wanderson Silva de Souza, digo que sábio é saber quando convém silenciar e quando convém parlamentar. 

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