Penso que o processo político deve ser não apenas vivido mas também analisado. A opção oposta: Analisar sem no entanto vive-lo é uma impossibilidade, pois ao analisar política já se esta necessariamente fazendo política.
Por esse motivo, aqui dou “minha cara à tapa”(na expressão popular) e exponho alguns pontos de vistas meus acerca do atual processo que estamos vivendo no momento.
Reservei-me o direito de transcrever “a falação” TAL COMO ELA SE DEU(como faria um relator de ata, rsss...)
O dialogo se deu via Msn com uma pessoa muito amiga minha que questionou meu apoio a uma candidata que se declarou evangélica e que manifestou suas posições em relação a temas polêmicos: A saber a união estável entre pessoas do mesmo sexo e o aborto.
Diante disso resolvi pensar como se dá o processo democrático nas sociedades.
Pensei nas duas questões abordadas( a união estável entre pessoas do mesmo sexo e a legalização do aborto.)
Um pequeno adendo é importante ser colocado, já que estou defendendo a impossíbildade da imparcialidade, desde já deixo três pontos bem claros sobre minhas posições:
Sou à favor da LEGALIZAÇÃO DO ABORTO na sociedade para que cada individuo tenho o DIREITO e a LIBERDADE de fazer suas próprias escolhas em suas vidas pessoas(E como individuo eu não aprovo essa pratica, na minha vida pessoal);
Sou simpatizante do movimento GLS, sou contra a homofobia e TOTALMENTE à favor da união estável entre pessoas do mesmo sexo E...
NÃO SOU EVANGÉLICO, muito pelo contrário, a maioria das minhas concepções cosmo-espirituais são radicalmente rechaçadas pelos meus irmãos do Protestantismo, kkk. E, pasmem, ATÉ O PRESENTE MOMENTO, eu penso SIM em votar numa candidata adepta dessa religião.
Eu penso também sobre a ilusão da imparcialidade. Ilusão sim, pois essa imparcialidade só existiria num elemento de fora do jogo político, ou seja, de fora da sociedade. E como a democracia se realiza justamente pelas decisões a serem deliberadas pela própria sociedade, não existe elemento neutro no debate, posto que todos tem seus interesses e pontos de vistas a defender. E como se da o embate entre as diferenças é que será a diferença entre uma sociedade democrática e uma sociedade demagogica.
Não menciono o nome da candidata. Não por receio de parecer parcial, pois eu sou mesmo parcial. Não menciono o nome por ser obvio para quem esta me lendo perceber de a quem estou me referindo.
Parcial eu?!
NÃO! Não sou imparcial. Sou parcial.
Ao admitirmos nossa parcialidade respeitaremos a parcialidade do outro. Mas se, ao contrário, tentarmos “vender” a farsa de que somos pretensamente imparciais apenas estaremos nos colocando num patamar acima do debate político como se fossemos mediadores. Isso eu chamo de soberba. Imaginem a imagem: O cara lá do alto do pedestal acima de nossas disputas tãoooo humanas, até porque ele é um outsider, artista marginal, mestre zen do "ligueJá" New Age ou qualquer outra título autoproclamado que sirva como desculpa esfarrapada para coloca-lo confortavelmente em cima do muro. E como só ele é "imparcial", esta portanto habilitado para ser O Mediador!!! (Dá até título de filme isso, kkk...)
A "falação" que lerão abaixo é tosca mesma, pois, ratificando o que já disse acima: Fiz questão de "colar" as palavras do modo como elas me vieram no momento da conversa. Não corrigi os lamentaveis erros de português e de digitação. Entretanto exclui a parte anterior, onde minha amiga faz a critica, uma vez que seria antiético eu citar ela ou as palavras dela, sem prévio concetimento da mesma, num espaço que é meu. (Lógico que é meu, pois é meu blog, kkk)
Começa assim:
" ohumm... mas como o Gilberto Gil apoia ela? E alékm disso, Frei Beto, que é catolico e não protestante apoia ela. O Gilberto Gil é espirita e apoia a livre espressão das orientações sexuais. E ambos apoiam ela. Quanto as posições que ela manifestou, eu estou ciente disso.
Miguel disse (13:14):
ainda acho que mesmo com as divergências ela me parece ser a mais razoavel
Miguel disse (13:16):
well, tenho que ver como o candidato age no processo de dialetica, como ele age perante as opiniões diversas e se ele esta aberto ao dialogo, ela me passa isso, mas eu disse "que ela me passa", não quer dizer que eu tenha certeza disso
Miguel disse (13:17):
por exemplo: eu sou A FAVOR da LEGALIZAÇÃO do aborto
mas sou contra o aborto em si
Miguel disse (13:19):
ou seja, essa decisão, eu penso que deve caber ao individuo, e nesse sentido eu sou contra, mas EU sou contra, e não acho que essa minha opinião( a de ser contra) deva ser a posição coletiva, a coletividade deve ter o aborto como algo legal e realizado de modo oficial, cabendo a cada individuo ser contra ou não
se tiver presbicito para votar eu votarei A FAVOR do aborto, para que cada um possa ter o direito de decidir
Miguel disse (13:21):
no caso de uma situação especiFica em que eu esteja envolvido de alguma forma, eu serei contra, no caso particular, algum futuro filho meu, mas aí nesse caso, será uma questão de forum intimo, o aborto em si não é e não deve ser considerado crime
penso isso
Miguel disse (13:23):
a união civil entre pessoas do mesmo sexo é uma questão de dignidade e justiça, duas pessoas que constroem uma vida juntos, não é justo que quando uma falece, o outro fique desamparado, um casal de gays constroem casa juntos e um morre e o outro não ter direito ao patrimonio que construiram juntos é uma injustiça
Miguel disse (13:25):
mas e se eu fosse contra, eu deixaria que o debate se conduzisse de acordo com o anseio da sociedade ou tentaria impor força politica para fazer valer os meus principios morais e religiosos?
Miguel disse (13:26):
essa questão é que eu fico pensado: como se porta o governante? ele deve ser sincero, não existe parcialidade, mas por outro lado, não deve usar a maquina do estado para fazer valer sua opinião
Miguel disse (13:27):
deixar claro qual a opinião e argumentar, mas como um membro qualquer da sociedade, sem usar da maquina do estado para vencer o debate
Miguel disse (13:28):
e eu pergunto a vc e a mim também: Ela é aSIm? (isso não é uma pergunta retorica. Eu realmente tenho essa dúvida)"
E desse modo terminou.
E agora faço essa pergunta de novo para todos nós: Quais os individuos numa sociedade que sabem dizer não e sabem ouvir não? O que são iguais e rivais?
O que significa saber DIZER NÃO? Significa respeitar a própria indivualidade.
O que significa saber OUVIR NÃO? Significa respeitar a individulidade alheia.
Ser IGUAL no sentido de que não há hierarquia no debate de idéias: Todos tem direito de se expressar livremente.
Ser RIVAL no sentido de que as divergências não devem ser "demonizadas" (sutilmente desestimuladas) pois temos nossas diferenças e elas não devem ser disfarçadas em nome de uma "paz conformista" (citando uma conhecida letra de música) As divergências devem vir às claras para que possam ser negociadas na sociedade por meio dos processos politicos, sociais e culturais.
Uma sociedade democratica se faz de iguais e rivais.
Cidadão pleno é aquele que tem a capacidade de dizer não(isso é coragem) e a capacidade de ouvir não(isso é tolerância).
Eu, Wanderson Silva de Souza, não vou pedir desculpas pelo transtorno, pois estou em permanente construção.
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