quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lanterna dos Afogados - Sobre o que esse poema aborda


Para reflexão(EM DEFESA DO DIREITO DE SER EVANGÉLICO E DE SER ATEU): 

E nem me venham dizer que estou sendo tendencioso porque não sou ateu. 
Acredito SIM em Deus, amo e admiro muitas e diversas religiões e mesmo assim não dá para fechar os olhos para muitas incongruências e "respostas prontas" ditas em contextos em que cabe mais ações afirmativas e, no lugar disso, são usados argumentos teológicos que em nada acrescentam na resolução da situação ou muitas das vezes tem intenção mesmo de justificar e fazer perdurar condições desumanas e injustiças sociais.

Assinado: Wanderson Silva de Souza. 


Tenho comentado que tanto ateus quanto protestantes, quanto funkeiros tem sido vitimas de "bulling virtual" severo. E sobre essas novas formas de discriminação, minha amiga e pedagoga Mary Gaspari, se pronunciou da seguinte forma:



"Gente, que fique bem claro que eu me refiro, na última foto que postei, à essa molecagem anticristã que tá rolando no Face e virou modinha. Para criticar uma suposta postura preconceituosa e antiética por parte de alguns maus cristãos, a galera se achando justa e libertária, age com preconceito e discriminação contra TODOS os cristãos. Quando for falar mal, dê nome aos bois, para que fique bem claro que aquela pessoa é uma ser humano mal caráter e isso independe da religião dele. Se ele usa a religião pra fazer merda é porque é um merda mesmo. E eu vou concordar e assinar embaixo, porque não passo a mão na cabeça de gente safada porque se assume como tendo a mesma orientação religiosa que eu. Mas será que ninguém vê que atacar todo e qualquer cristão pelo simples fato de ele, a princípio, partilhar da mesma crença religiosa que algumas pessoas sem caráter nada mais é do que preconceito e discriminação? Se for assim pode condenar todo e qualquer grupo, porque humanos são humanos e sempre vão ter umas laranjas podres. Do MST à PM, dos árabes aos judeus, dos índios aos brancos. Eu sou cristã, protestante, e não sou burra, nem preconceituosa, nem fanática, nem desonesta, nem filha da puta! Muito pelo contrário! Assim como o Pastor Martin Luther King, a Madre Tereza de Calcutá, Leonardo Boff, Ruben Alves, Don Hélder Câmara, Frei Beto, Santo Agostinho, Tiradentes, Elvis Presley, Aretha Franklin, Anita Garibaldi, Pregador Lou, Mano Brown, a banda Catedral, Jessé (melhor cantor do Brasil), o ex jogador da Seleção Jorginho, Victor Belfort, minha vizinha adventista, o Baiano do elevador da UERJ, meus primos, a Jaci, auxiliar de serviços gerais do meu último emprego, minha amiga Daniele Varjao, minha falecida avozinha Julia Gaspari, a pessoa ao seu lado no ônibus... Somos cristãos, seguidores de Jesus Cristo, não somos comedores de criancinha, assim como os comunistas também nunca foram. Existe um abismo enorme entre Martin Luther King e bispo Macedo. Pensem nisso antes de nos colocarem no mesmo saco e nos taxarem de ignorantes e exploradores. Ignorantes são vocês que não aprenderam nada com os erros da História e estão tentando repeti-los com uma nova bola da vez. Eu me sinto ofendida quando leio um comentário pejorativo a nosso respeito, querendo nos ridicularizar. Peguem leve. Se informem mais."







E ainda para conclusão (ao menos por enquanto) desse tema, segue abaixo um texto que extrai do blog "ABC Imaginário", de meu amirmão Dimas de Fonte:

TERÇA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2012


A Verdadeira Diferença Entre Teísmo e Não-Teísmo

"A diferença entre teísmo e não-teísmo não está em acreditar ou não em Deus.


 Essa é uma questão que se aplica a todos, incluindo budistas e não-budistas. 


O teísmo é uma arraigada convicção de que existe uma mão na qual segurar: se fizermos a coisa certa, alguém vai nos dar valor e cuidar de nós. 


Isso é o mesmo que achar que haverá sempre uma babá disponível quando precisarmos de uma. 


Todos nós temos a tendência a fugir das responsabilidades e delegar nossa autoridade a algo exterior a nós. 


Não-teísmo é relaxar na ambiguidade e incerteza do momento presente, sem buscar algo que nos proteja. 


Às vezes, achamos que o dharma é externo – algo em que acreditar, algo que devemos atingir. 


Entretanto o dharma não é uma crença ou dogma. É a total apreciação da impermanência e da mudança. 


Os ensinamentos desintegram-se quando tentamos agarrá-los. É preciso experimentá-los sem expectativas. 


Muitas pessoas corajosas e compassivas já o experimentaram e transmitiram. 


A mensagem é destemida – o dharma nunca representou uma crença que seguimos cegamente. 


Ele, em absoluto, não nos dá nada a que possamos nos apegar." 


(Trecho do livro "Quando Tudo Se Desfaz" de Pema Chödrön).

Sem mais, grato pela atenção dispensada, Wanderson Silva de Souza.

  

4 comentários:

Anônimo disse...

Particularmente eu não gosto muito destes termos "teísmo", "ateísmo", "agnosticismo". Como disse Neil Degrasse Tysson, "o único ista que eu sou é cientista". Isto é a última coisa que os ateus de facebook são. Assim como os cristãos de hoje acreditam em tudo, menos em Cristo. Não posso evitar concordar com Nietzsche, popularizar o ler e o escrever degenerou o ler, o escrever e o povo.

Hoje todos acham que sabem alguma coisa de ciência e pior, que têm algo a dizer sobre o assunto, seja ele qual for. Vi um vídeo no youtube uma vez "stupid americans" que começava apontando uma "nova" tendência dos americanos a opinar sempre, mesmo sem saber. Mais ou menos como se ao não saber sobre algo você automaticamente se tornasse um imbecil e como ninguém quer ser imbecil, melhor dizer que a França fica na Austrália e que o melhor jeito de chegar lá partindo de Washington é sobrevoando o Atlântico e a África. Quem vai saber que está errado? Quem sabe onde está a França afinal? Tem petróleo lá? Não? Então que se d...

Outro dia o Papa anunciou sua preocupação com o analfabetismo religioso entre os católicos. No Brasil 75% dos alfabetizados são na verdade analfabetos funcionais, sabem pronunciar as letras e sílabas, mas daí à interpretação do que leu... Então você pensa no cara que matou o casal de japoneses lendo algo do tipo "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo." (Lc 6:38) O que ele realmente conseguiria compreender desta frase na qual ele provavelmente demoraria 15 minutos para concluir que ser-vos-á tem relação com servos e "servo é de Cristo, amém?"?

Precisamos nos esforçar para ensinar as pessoas a pensar outra vez. Não sei quando esquecemos disso, talvez de tanto apanhar na cabeça da ditadura, não sei. Mas temos que ensinar as pessoas de novo, ou o mundo vai ficar muito parecido com o dos filmes "Idiocracy" e "Wall-E", se não pior.

Wanderson Silva de Souza (O "W" tem som de "U") disse...

Eu vi o filme "Idiocracy" e de fato cada vez mais eu constato que o futuro para o qual ele aponta esta cada vez mais possível e próximo. O que vejo na vida cotidiana (musicas, filmes, novelas, livros) é que a educação não esta presente. Hoje em dia, a Educação só esta presente (quando esta) nas escola. Letras de épocas antigas, (das grande canções da era do radio até ao novo rock Brasil dos anos 80, passando pela Bossa Nova, Jovem Guarda, e Tropicalia) tinham letras complexas e sofisticadas. Hoje em dia tudo que se produz em termos de texto (tanto letras de musicas quanto dialogo em cenas de novelas) são de uma triste pobreza. Num passado não tão distante as pessoas eram estimuladas a pensar de diversas formas em sua vida cotidiana. A pratica era constante e não relegada as escolas e faculdades. Conheço mesmo pessoas que tem apenas o antigo ginasial e conseguem interpretar um texto com mais desenvoltura do que outras que tem curso superior. O que me faz pensar que a especialização nas universidades só instrui a pessoa a ser um bom profissional no seu setor. Mas é nos estímulos constantes na vida cotidiana, pela cultura, que se adquire a Educação e o hábito de pensar e a capacidade de interpretação de textos.
Eu vejo o mundo se aproximando a passos largos da realidade do filme "Idiocracy".

Wanderson Silva de Souza (O "W" tem som de "U") disse...

Eu vi o filme "Idiocracy" e de fato cada vez mais eu constato que o futuro para o qual ele aponta esta cada vez mais possível e próximo. O que vejo na vida cotidiana (musicas, filmes, novelas, livros) é que a educação não esta presente. Hoje em dia, a Educação só esta presente (quando esta) nas escola. Letras de épocas antigas, (das grande canções da era do radio até ao novo rock Brasil dos anos 80, passando pela Bossa Nova, Jovem Guarda, e Tropicalia) tinham letras complexas e sofisticadas. Hoje em dia tudo que se produz em termos de texto (tanto letras de musicas quanto dialogo em cenas de novelas) são de uma triste pobreza. Num passado não tão distante as pessoas eram estimuladas a pensar de diversas formas em sua vida cotidiana. A pratica era constante e não relegada as escolas e faculdades. Conheço mesmo pessoas que tem apenas o antigo ginasial e conseguem interpretar um texto com mais desenvoltura do que outras que tem curso superior. O que me faz pensar que a especialização nas universidades só instrui a pessoa a ser um bom profissional no seu setor. Mas é nos estímulos constantes na vida cotidiana, pela cultura, que se adquire a Educação e o hábito de pensar e a capacidade de interpretação de textos.
Eu vejo o mundo se aproximando a passos largos da realidade do filme "Idiocracy".

Anônimo disse...

Americans are NOT stupids:
http://www.youtube.com/watch?v=u1UdM6ClhKU

Versão do Brasil:
http://www.youtube.com/watch?v=VnF3TWHTrfo

Outro dia li um artigo de outro blogueiro filósofo que falava disso também. Que na década de 70 e início de 80 as pessoas andavam inteligentes, questionadoras, revolucionárias e de repente a década de 90 chegou e ficou todo mundo burro.
Minha teoria? Para mascarar os números do desemprego e do analfabetismo que acabavam com a imagem do Brasil no exterior meteram todo mundo com menos de 18 na escola e proibiram dar trabalho a eles. Enfiaram um monte de professores mal capacitados, selecionados às pressas, para suprir a nova demanda das escolas inchadas e facilitaram muito, mas muito mesmo, o avanço entre as séries (Exemplo? A tal da escola plural em que o pai e o professor decidem se o menino passa de ano ou não, pois não tem avaliação. E todo mundo foi passado!!!). Quando, nos anos 2000, esses alunos acabaram o 2o grau o que o governo fez? Abriu um monte de faculdade para todo lado, fez cotas, de novo com um monte de professor selecionado às pressas e facilitou o acesso ao diploma com as cobranças ridículas do MEC no provão. (Minha faculdade "A" em questões dissertativas, teve que dar aula aos professores para que parassem de debater com os alunos e começassem a focar na decoreba, pois seus alunos não sabiam se conformar às questões de multipla escolha e a faculdade vinha tirando "D" nesta parte há 3 anos. Muitos dos meus professores tiveram depressão nesta época - não é uma metáfora!). Agora enfrentaremos 20 anos de pessoas muito burras e se não fizermos nada, nós, os sobreviventes do sistema, serão mais que 20 anos.